A crescente pressão sobre o setor de aluguel por temporada na Europa marca o início da “cruzada europeia contra o Airbnb”. Com os preços dos aluguéis em ascensão e a oferta de habitação cada vez mais escassa, diversos governos estão implementando regulamentações rigorosas para controlar plataformas de hospedagem. Cidades como Madri, Barcelona e Berlim enfrentam a realidade de ver muitos imóveis voltados para turistas, dificultando o acesso à moradia para os residentes. Medidas drásticas já foram adotadas, como a exclusão de milhares de anúncios pelo governo espanhol e restrições severas aos proprietários em Berlim. Embora essas iniciativas busquem garantir habitação acessível, a solução para a crise habitacional parece distante, evidenciada pela continuidade do aumento dos preços. Neste contexto complexo, a batalha entre interesses turísticos e necessidades habitacionais promete novos desdobramentos. Prepare-se para explorar as tensões e transformações dessa saga de desafios e oportunidades no setor:
Os novos capítulos da cruzada europeia contra o Airbnb
A crescente pressão sobre o setor de aluguel por temporada na Europa trouxe à tona a cruzada europeia contra o Airbnb. À medida que os preços dos aluguéis sobem e a oferta de habitação se torna cada vez mais escassa, governos de diversos países começam a implementar medidas rigorosas para regular as plataformas de hospedagem. Essa movimentação é motivada por uma busca não apenas por controle econômico, mas também por um apelo social em defesa dos cidadãos que lutam para encontrar moradia acessível em cidades superlotadas.
O cenário atual da regulamentação do Airbnb na Europa
Nos últimos anos, o Airbnb se tornou um símbolo do turismo de massa, particularmente em grandes cidades europeias como Madri, Barcelona e Berlim. Com o aumento significativo de turistas, a presença da plataforma levou à diminuição da oferta de imóveis disponíveis para moradia, provocando elevação nos preços de aluguel. Em resposta, as autoridades espanholas tomaram medidas drásticas, como a exclusão de 66 mil anúncios da plataforma devido a irregularidades.
Esse movimento não é isolado. Cidades como Barcelona já proibiram os aluguéis de curta duração desde 2014 e planejam banir a modalidade por completo até 2028. A situação em Berlim é semelhante: os proprietários enfrentam limites rigorosos que restringem o aluguel de suas propriedades por períodos curtos. Tais ações visam garantir que a habitação permaneça acessível para os residentes, mas ainda assim, os efeitos dessas regulamentações parecem limitados, já que os preços dos aluguéis continuam subindo nas grandes metrópoles.
A batalha entre governos e plataformas de hospedagem
As medidas restritivas contra o Airbnb refletem um conflito maior entre os interesses do turismo e as necessidades habitacionais das populações urbanas. De acordo com Ron Klain, diretor jurídico do Airbnb, a verdadeira raiz do problema habitacional na Europa é a falta de investimento estatal em moradia. “Não há evidência de que limitar o aluguel de quartos vagos crie mais moradias de longo prazo para as pessoas”, afirma Klain, aludindo à necessidade de soluções mais robustas.
Nos Estados Unidos, a situação é semelhante. Nova York baniu o Airbnb em 2023, resultando em um aumento de 6% nos preços diários de hotéis. Isso evidencia que, em vez de aliviar a pressão sobre o mercado de habitação, a proibição pode acabar aumentando os custos para consumidores e turistas.
Exemplos internacionais e suas implicações
Enquanto na Europa as regulamentações aumentam, em outras partes do mundo, como a Itália, medidas como a proibição de check-ins remotos foram implementadas para garantir mais segurança aos hóspedes. Contudo, essas iniciativas frequentemente resultam em controvérsias jurídicas, dificultando a vida dos locadores autônomos. Um tribunal de Lazio, por exemplo, derrubou essa regra, destacando a dificuldade em equilibrar regulamentação com inovação no setor.
Lisboa também se vê envolvida em disputas legais, onde um referendo que pretendia votar pela proibição de aluguéis de curta duração foi barrado antes mesmo de ser realizado. Isso levanta questões sobre a eficácia e a aplicabilidade das leis em um setor dinâmico e em constante mudança.
Os gastos com habitação na Europa
Diversos estudos, como os dados da proptech HousingAnywhere, indicam que os preços dos aluguéis na Europa aumentaram em média 3,1% em 2024, um avanço menor em comparação aos 14,3% registrados dois anos antes. Contudo, essa continuidade no aumento dos preços sugere que as medidas regulatórias, embora necessárias, ainda não são suficientes para resolver a crise de habitação que aflige várias cidades.
Além disso, a União Europeia planeja coletar dados mais sistemáticos sobre as reservas do Airbnb, permitindo que as autoridades locais tenham uma visão mais clara sobre o impacto da plataforma na disponibilidade de moradia.
Desafios e oportunidades para o Airbnb
À medida que o Airbnb enfrenta desafios regulatórios, a empresa tenta ganhar tempo por meio de judicialização. Recentemente, o mercado recebeu positivamente a notícia da diversificação da plataforma, que busca expandir sua oferta além de aluguéis temporários, incorporando experiências e serviços. Isso representa não apenas uma nova oportunidade de crescimento, mas também uma tentativa de reconstruir sua imagem diante de um cenário adverso.
Entretanto, essa reestruturação pode não ser suficiente para compensar as perdas. Em 2025, as ações da empresa recaíram 3,5%, com uma queda acumulada de 13% nos últimos 12 meses. Contrapõe-se a isso uma avaliação otimista do Citi, que projeta um preço-alvo de US$ 155 para as ações do Airbnb, indicando uma potencial alta de 24%.
O futuro do Airbnb na Europa
A estratégia do Airbnb de se adaptar às novas regras e regulamentações pode ser vista como um teste crucial para sua resiliência no mercado. As iniciativas de diversificação podem ajudar a atenuar os impactos negativos das regulamentações, mas ainda será necessário monitorar de perto como essas mudanças se desdobram em um ambiente em constante transformação.
A expectativa do público e dos investidores é que a empresa encontre um equilíbrio entre inovação e conformidade, garantindo que continue a proporcionar experiências únicas aos viajantes enquanto respeita as diretrizes locais.
Entre debates e conflitos, fica evidente que a cruzada europeia contra o Airbnb é uma luta por espaço, tanto físico quanto econômico, nas cidades que historicamente receberam influxos turísticos. Essa batalha está longe de terminar, e o futuro do Airbnb pode muito bem depender de sua habilidade em navegar pelas complexidades dessa trajetória.
A jornada continua
À medida que os episódios da cruzada europeia contra o Airbnb se desenrolam, testemunhamos uma narrativa rica em tensões e transformações. O equilíbrio entre turismo e moradia, que define tantas vidas e comunidades, estará na vanguarda das decisões políticas. O desafio agora é encontrar um novo modelo que beneficie tanto moradores quanto visitantes, garantindo que todos possam conviver em harmonia.
Continuamos observando esse panorama, onde cada ação e reação moldam não apenas o destino do Airbnb, mas também da indústria de turismo e do mercado imobiliário europeu como um todo. Que venham novos capítulos nessa saga!
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